segunda-feira, 3 de abril de 2017
Dúvida
Tá vendo ali? Olhe, logo em volta bem amarelinho, é que vai chover!
Eu só vejo um borrão. Que crendice!
Então espere e verá!
E se chover quer dizer que você está certo?
Não.
Mas todo mundo tem sua certeza, não é?
Disso não há dúvida.
Eu só vejo um borrão. Que crendice!
Então espere e verá!
E se chover quer dizer que você está certo?
Não.
Mas todo mundo tem sua certeza, não é?
Disso não há dúvida.
Trópico
- A senhora disse que terminaria hoje!
Lúcia traçava com admiração as linhas ainda não ultrapassadas.
Arrependida a menina chorou, já era tarde quando entendera.
Tão logo o término estava por um fio.
Depois de arrematado o nó, dona Lúcia pode repousar no lado invisível do trópico da vida.
Lúcia traçava com admiração as linhas ainda não ultrapassadas.
Arrependida a menina chorou, já era tarde quando entendera.
Tão logo o término estava por um fio.
Depois de arrematado o nó, dona Lúcia pode repousar no lado invisível do trópico da vida.
Encerramento
Era como se houvesse passado o dia escolhendo feijões, olhou tanto a parede que, ela envergonhada, se escondeu da vista. Vários selinhos entre o pé da cama e o mindinho ficaram indolores quando a campainha num alívio tocou, o encerramento de todas as dúvidas, foi conseguir deixar de pensar.
Trator
As árvores estão postas, quatro lindos pés nas salas de jantar. E em seu seu trator, aparentemente poderoso, o ser gira em círculos no suntuoso universo descampado, o raio lhe atinge bem ao meio do crânio, e ele nem pôde discursar sobre. Agora jaz, embrulhado em seu próprio trabalho, é madeira maciça.
Lenha
Quantos poros entre a pálpebra e a curva do nariz? O suor denúncia em tons avermelhados, depois de tanto atrito, vem a faísca, mesmo tao oposta se alastra igualmente como água. A chuva sempre presente ao fim, observar a lenha definhar é o mais poético exercício humano. O som endeusado dos quatro elementos semeando as cinzas.
Gaivota
Era tão intocável que fomos obrigados a inventar uma nova língua, aos meus olhos, seu vôo era sublime, eu, um ganso enjaulado e,...
-Mas mãe, eu quero a gaivota! Não ele!
No carro discutiam sobre amor e o pato na janela se perguntava:
- Será que essa gente pensa? Ou só aparenta que não?
-Mas mãe, eu quero a gaivota! Não ele!
No carro discutiam sobre amor e o pato na janela se perguntava:
- Será que essa gente pensa? Ou só aparenta que não?
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