domingo, 21 de abril de 2013

Sem título

E quando os outros me veem em silêncio, eu estou desinteressada e fora de órbita para suas vozes, estou gravando o cheiro ao invés do tamanho do nariz ou da orelha, estou preocupada em organizar as idéias, tarefa difícil  vez ou outra me pego perdida no olhar de algum outro viajante, ambos desprovidos de planetas, procurando alguns cometas, para desenha-los e guarda-los em nossas gavetas bagunçadas. Alguns dias acontece da gente trancar essas informações, e pegar uma folha em branco, começar um rabisco, e experimentar uma borracha nova, e quando pisco, encontro um lápis mágico, daqueles , geralmente com a ponta amassada e faltando cobertura de tinta, mas o grafite, ah... o grafite é o melhor, você simplesmente coloca a mão e ele é que mostra como se faz, e ai é quando você finalmente presta atenção, e encontra a sua gravidade, porque simplesmente, agora você é o papel, e ele é que está rabiscando na sua folha em branco. 



                                                                                                                                            Lina Gonçá

Quesunteiros

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