quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tempo



Raios brancos me queimando,
sobre o vermelho espesso,
vagarosamente tramando,
teias amareladas sem apreço.

Fingindo contar segundos,
numa corrida em círculos,
fazendo o tudo e nada, inimigos,
que eu observo pelo vão dos cílios.

Os olhares embaçados,
no inicio e no final, 
e no meio do caminho tampados,
por algum dizer profissional.

Todos os vemos passando,
com sua invejáveis estórias,
da qual estamos participando,
e só ficará a memória.

Admirável tempo imortal,
o Deus que todos temem,
real, justo, normal,
para ele, todos dizem, amém.

                                                                                                                                            Lina Gonçá

Quesunteiros

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