Raios brancos me queimando,
sobre o vermelho espesso,
vagarosamente tramando,
teias amareladas sem apreço.
Fingindo contar segundos,
numa corrida em círculos,
fazendo o tudo e nada, inimigos,
que eu observo pelo vão dos cílios.
Os olhares embaçados,
no inicio e no final,
e no meio do caminho tampados,
por algum dizer profissional.
Todos os vemos passando,
com sua invejáveis estórias,
da qual estamos participando,
e só ficará a memória.
Admirável tempo imortal,
o Deus que todos temem,
real, justo, normal,
para ele, todos dizem, amém.
Lina Gonçá