Lá estão eles novamente,
virando os olhos como se fossem miçangas, todas elas suspendidas por uma linha
sem fim. Dizem que estão procurando pedaços de algo perdido, mas não sabem
exatamente o que é. A linha balança, e as miçangas se dispersam rapidamente,
elas seguem umas às outras em perfeita sintonia. Como uma coreografia de ballet
clássico.
Uma ou outra miçanga, vez ou
outra, estaciona no meio da linha.
‘’ Que sensação capitosa
essa de olhar todos os outros de longe’’
Mas não dura muito; a linha
curva-se em forma de V, e as outras bolinhas cintilantes correm
desesperadamente para o meio, fazendo com que este, deixe de existir. Todas
enfileiradas.
Então, eles acabam por achar
o que não sabiam, seria normal acontecer uma decepção, ou felicidade, ou raiva,
dependendo do que fosse.
Mas era o nada. Aquele
depois da euforia confortadora. Da raiva que busca a respiração. Da decepção
que já passou.
Era o nada, exatamente
porque era, porque estava no passado. Sem repetição.
Já foi sentido. Parece sem sentido.
E o que eles conseguiram
achar fora um nome para aquilo. Apatia.