sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Crítica: Arrival (A chegada)


Achei que seria apenas mais uma ficção alá Black Mirror(maravilhosa, por sinal), ou como tantas outras produções que imaginam o futuro da humanidade, mas, Arrival incomodou-me de uma tal maneira que todos os dias venho lembrando dele. À princípio, mais uma mãe, Louise Banks(Amy Adams),nos é apresentada; uma angústia ao observar o futuro inimaginável da até então suposta filha.
Em meio àquilo, doze aeronaves se espalham ao redor do mundo, sem o clichê preto e branco da destruição em massa.

Um cenário extremamente sinestésico, Bradford Young consegue nos trazer um novo mundo, e o pânico parece acontecer da forma mais contemplativa possível.
O filme passa, mas a inquietude não, eles não entendem os novos seres e nós não sabemos em qual tempo Louise se encontra.

Louise é uma Dr. em linguística sem treinamento militar algum e, nos mostra em diversos momentos como não ter medo do novo. Enquanto todos estão em posição de defesa, esperando uma bomba, uma arma ultra destrutiva, o presente dos seres então, se revela em forma de uma nova linguagem, eles vieram nos trazer a possibilidade de um mundo, onde; entender o que o outro diz seja possível, uma comunicação além do fato óbvio da linguagem falada.

Foi impossível não lembrar da velha animação "Dimensões do diálogo", como uma simples mensagem decodificada pelos nossos pobres cérebros se transforma em caos.
A todo tempo dialogamos com o medo, e com a certeza de que o outro nos vai atingir, e de fato vai, já que os 50 alfabetos conhecidos, apesar de maravilhosos, não são la tao eficientes.
Parece que Denis Villeneuve conseguiu unir a ficção científica com o que realmente, antes de tudo, ela é, humana.

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